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Trechos, textos e trecos

segunda-feira, janeiro 12, 2004

E daí? 

Errei homens, errei muitos homens. Paguei preço alto por mercadoria barata. Experimentei quem não teria passado pela primeira impressão. Fui em frente, pulei obstáculos, atropelei alguns princípios meus para poder saber o que tinham os que eu não desejava. Precisava de umas carnes, sentia falta de um abraço forte, um corpo junto do meu, um beijo bom, sexo com algum tesão. E achei que fosse conseguir onde não havia ainda procurado, nos homens errados. Podia não ter dado o primeiro sorriso incentivador de aproximação, não ter chegado meu rosto pra perto dele, não ter sentido aquela respiração, o ar quente dele na minha boca, podia não ter fechado meus olhos, não ter seguido em frente como quem fraquejava. Deve haver alguma explicação para as escolhas insensatas que fiz, mas eu sempre consegui aproveitar alguma parte delas. Serviram de coragem para novos erros. Algum entusiasmo da carne sempre havia. E por que não? À certa altura até foi bom, quando já não questionava minha escolha e apenas sentia as mãos, o corpo, a boca errada em mim. Alguma sensação eu senti. Sofrimento vitorioso de quem fazia o que escolhera fazer; aquele gosto do premeditado realizado. Os homens comem qualquer uma que passa e ninguém repara, agora, as mulheres... A gente erra de homem sim, e daí? Pior seria não reconhecer o erro e defendê-lo como se acerto fosse. Não eram homens dos quais me orgulhasse. Um deles é gente boa e acredito ser de algum valor, mas não me serve. Só passamos duas noites juntos; não houve tempo para intimidade verdadeira, mas o potencial era grande. O potencial e o que você está pensando. Um outro não evoluía tão bem, mas me deu algum calor na cama - não nego -, nada que me tirasse de mim, é verdade. Chego a achar engraçado que outras mulheres se interessassem por aqueles homens que eu tive sem muita disposição. Será esse meu querer quem não me atrai uma rivalidade feminina tosca? No meio do caminho tudo pode mudar. O que parecia ruim muitas vezes foi bom. Pra que complicar? Quando o motivo é sexo, qualquer desculpa se aproveita. Uma oportunidade interessante e estamos lá. Nem sempre foi assim, no começo eram só tesão e timidez. Uma moça bonita, mas vazia de si. Depois foi tempo de aprender, de curiosidade e de aproveitar o momento. Os momentos. Mal dava tempo de viver aquilo tudo. Mas quando queria sexo ou aventura, sempre tinha a quem recorrer. Desculpe a falta de modéstia. Hoje ainda conservo essa fome. Mas não pratico tanto. Nem comigo mesma. Sublimo lendo filosofia, psicanálise e literatura. Construí muita memória. Fiz algumas loucuras só pra me lembrar depois. Ainda bem. Quando vejo que estou sozinha, saldo de algumas uniões fracassadas, penso que só podia ter sido assim mesmo. Nunca liguei muito para os sentimentos dos companheiros,parceiros, comparsas, e nem para mim, eu acho. Fui vivendo como quem improvisa sem muito cuidado.Quebrei a cara algumas vezes. Estou inteira de novo.

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