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Trechos, textos e trecos

segunda-feira, abril 21, 2003


Você nunca se envergonha de si? Do que diz, do que faz, de quem é às vezes? Você acha que está sempre certo, que sempre fez a melhor escolha, que está sempre com a razão? Não estou falando de timidez, mas de desconfiômetro, de semancol . Claro que o ideal é não tomarmos decisões irrefletidas, mas sabemos que erramos, que escolhemos mal de vez em quando, mesmo quando a constatação vem tarde demais.
A parte boa dessa história é que podemos aprender a estar sempre prontos para reconhecer o erro; aceitar nossa falibilidade pode ser produtivo. Sem essa de querer estar certo da próxima vez, isso é pouco demais. O que podemos entender é que o erro tem seu lugar, ele faz parte de nossas ações aqui na Terra. Nem todo acerto é melhor que todo erro. Existem erros que revolucionam, que trazem uma nova solução. E isso não é querer ver a vida com olhos de Poliana, é apenas saber jogar com as cartas que estão disponíveis. E no baralho nem sempre dá pra saber o que se esconde...
Perder o medo de ser ridículo, de ser fraco, de ser desajeitado. Buscar ser não o melhor, mas ser melhor, latu sensu. Respeitar-se, saber os limites que devem ser superados e os que devem ser acatados como parte da pessoa que você quer ser.
Dizer que você é o resultado do que faz, é pouco, dizer que o que você faz espelha quem você é fica meio bobo. Ninguém sabe quem é no próximo minuto, e isso chega a ser surreal. Se nos fossem dadas todas as garantias de que tudo o que fazemos vai sempre sair como planejamos, que o mundo vai sempre andar como imaginamos, a vida seria uma chatice, seria apenas o cumprimento de uma obrigação, um serviço. E até em matéria de serviço, sabemos que nem tudo sai como previsto; obstáculos se interpõem, interferências se manifestam, novas conjecturas se apresentam... Temos que agir com um olho no agora e outro no depois, sabendo que quando o depois vira agora pode ter outra aparência e exigir novas atitudes.
E essa conversa toda parece não ter chegado a lugar nenhum. Talvez nem faça sentido. Mas isso pouco importa. Disse o que queria dizer, mesmo que mal dito pela ineficiência de quem fala e das palavras disponíveis para essa explicação. O resultado possível foi quase alcançado. Será alcançado se for compreendido por quem lê. Mesmo sendo quase incompreensível para mim mesmo.

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