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Trechos, textos e trecos

segunda-feira, abril 21, 2003


Por que tanta indecisão? Hoje pode até ser que esse relacionamento sem futuro faça sentido. Talvez esse relacionamento esteja preenchendo razoavelmente o espaço de hoje, mas como abrir mão de outro melhor? Como optar pelo que se sabe moribundo em lugar de ficar aberta ao desconhecido? Ficar sozinha não é assim tão ruim. É ficar na própria companhia. Se cuidar, poder olhar mais vitrines, decidir que canal vai ver na televisão, poder ficar em casa num dia de sol sem patrulha, dormir até de tarde, acordar cedo sem motivo, talvez para pegar o sol da manhã... Mudar a rotina. Dar uma sacudida na vida. Inventar novas paixões. Ou ficar mais quieta, escolhendo mais. Observando a vida. Vivendo sem pressa.
Mas na hora de dizer tchau você titubeia. Treme de pensar que poderia fazer daquela a última vez. Diz-se confusa e se confunde ainda mais com a revelação. Ele diz que não vai insistir, que te quer, mas tem amor próprio... Mas isso é quase pedir... E você se amedronta de ficar sozinha de novo no mundo. Se lembra dos bons momentos, das risadas que deram juntos, da intimidade que construíram, de todo o envolvimento que os tornou tão próximos - e tão diferentes nas suas diferenças...
“A gente não vai conseguir se separar, né? Por quê?” E nem tenta dizer que preferiria não conseguir... Aproveitar a festa a dois mais um pouquinho. Usufruir dos minutos finais. Brincar com o tempo. Deixar passar da hora... É tudo muito arriscado, são egos em ação, sentimentos, necessidades, vaidades. Você não se sente muito certa adiando o fim mais uma vez, mas também não gosta da idéia de ter que optar pelo fim.

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